'Uma mensagem de amor...' - Roberta Martinelli
Tentei evitar o óbvio. Mas o amor venceu. Nesta semana, eu escrevo sobre este sentimento tão desejado: o amor e a música. Na minha época (olha que coisa!, já comecei a escrever “na minha época”), eu gravava fitas K7 com músicas para o garoto que estava interessada. Não falava nada, só flertava com uma seleção musical toda pensada para ele. Depois mudei para CD, gravava um a cada paixão. Não sei quantos corações conquistei, mas achei minha profissão, hoje trabalho em rádio e faço seleções musicais todos os dias. Na busca por um grande amor, eu achei uma grande paixão. E, sim, isso também tem que ser comemorado. Eu sei, é uma data comercial, eu sei, é clichê, eu sei...
O amor e a música, ó dupla inseparável. Quantos discos lindos não resultam de um coração partido? Tem até artista que busca o sofrimento para criar. Vai de relacionamento/roubada em relacionamento/roubada e a cada coração partido uma nova canção. Isso do lado do artista.
E do nosso lado, ouvintes? Ahhhhh prezadíssimos ouvintes. Me lembro que uma vez terminei um namoro e não conseguia ouvir música nenhuma sem chorar. Fugia de todas as canções. Em momentos como esses é que você percebe que a música está em todo lugar. E não tem como evitar. Se você está na rua e toca uma música, você pode sair de perto, desligar o rádio, mas evitar de ouvir é impossível.
E, do nada, começa a chorar na espera do dentista quando Caetano começa a cantar “E agora, que faço eu da vida sem você, você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando me encontrar”.
E, de repente, quando passa a fase mais crítica, aí vem aquela seleção musical feita especialmente para a dor, que vira em um certo momento a paixão, o foco central, objeto de todos os papos e todos os sons. Por favor, não me julguem, mas eu já berrei “Amaldiçoei o dia em que te conheci, com muitos brilhos me vesti, depois me pintei, me pintei, me pintei”, seguida de “Eu sei que um outro deve estar falando ao seu ouvido, palavras de amor como eu falei, mas eu duvido! Duvido que ele tenha tanto amor e até os erros do meu português ruim, e nessa hora você vai lembrar de mim” e, claro, não deixei faltar o rei da dor de cotovelo Lupicínio Rodrigues “Agora você vai ouvir aquilo que merece, as coisas ficam muito boas quando a gente esquece, mas acontece que eu não esqueci a sua covardia e a sua ingratidão”.
E depois vem “Reconhece a queda e não desanima, levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, pro mesmo amor que antes era lembrado por “Exagerado, jogado aos teus pés, eu sou mesmo exagerado”.
Não importa o momento do amor. O que importa é que sempre tem uma trilha sonora. A gente olha de longe, começa a papear, se apaixona, namora, casa, separa, nunca mais fala, não é correspondido, é traído... e todas as variáveis, mas, quando toca aquela música, o momento logo volta, superado ou não, você sorri ou chora e pensa no que viveu. E, para mim, isso é o amor, a música.
Belchior - Coração Selvagem
Cordialidades - Mário Corso
A qual restaurante você voltaria? O primeiro é honesto, pontual, tem o preço justo e a qualidade irrepreensível, mas é impessoal, o garçom não mostra os dentes. Mesmo que você retorne, ninguém demonstra te conhecer, apenas te servem. Você é mais um entre tantos clientes.
No segundo, tanto o garçom quanto o dono te recebem com sorrisos. A qualidade é boa, mas nem sempre. Nada grave, atrasos e erros aqui e ali. Porém, a cortesia do garçom reconhecendo a falha desarma qualquer reclamação. Todos te chamam pelo nome, perguntam pela família e sabem teu time.
Se você descarta o primeiro por ser gelado e sente-se melhor no segundo, perdoando certas falhas, você é bem brasileiro. Era isso que Sérgio Buarque de Holanda, retomando o termo de outros pensadores, definia como a “cordialidade” brasileira. Ele escreveu que no Brasil os laços pessoais se sobrepõem aos mecanismos de eficácia.
Nesse exemplo, o brasileiro quer algo além da refeição, ser bem recebido pode ser mais importante do que a comida. Já um estrangeiro vai a um restaurante querendo comer bem e não considera prioritário que o garçom goste dele, afinal, é uma relação comercial. Se o funcionário for simpático melhor, mas o importante é o serviço.
Para compreender o conceito de Holanda, transporte esse mecanismo para os outros cenários da vida: a relação com a trabalhadora doméstica, com o médico, com o advogado. Todos querem sentir-se íntimos daqueles com os quais têm, de fato, apenas um laço de prestação de serviços. Essa aversão à impessoalidade instaura uma proximidade nem sempre viável, que pode inclusive atrapalhar, mas o brasileiro está disposto a ceder um pouco da qualidade em troca de uma manifestação que o faça sentir-se próximo.
Para dar-se bem aqui, é preciso investir na relação com o cliente, priorizando isso sobre a eficiência. Os estrangeiros que desembarcam aqui para negócios ficam pasmos ao descobrir que, para ganhar um cliente, às vezes é necessário fazer um amigo. O brasileiro resiste ao anonimato natural do capitalismo.
Por tocar de ouvido, sem ler o conceito, a maioria de nós entendeu a ideia de cordialidade como sendo uma peculiar amorosidade, uma tendência à gentileza. Seríamos, nesse caso, um povo afetuoso. Lembro desse conceito, tão mal compreendido, porque o Brasil anda particularmente violento e muitos dizem que não somos mais cordiais. A questão é que somos cordiais e, por isso mesmo, violentos.
Cordialidade vem do latim corda, coração. No caso, significa reagir emocionalmente frente a algo que poderia ser respondido com a cabeça. A violência é a suspensão da razão, é o extravasamento da emoção. Por isso, infelizmente, ao contrário do que pareceria, ela está mais próxima da cordialidade do que da frieza, da indiferença. O coração não é bom governante.
Itamar Assumpção - Coração Absurdo
O meu coração é um absurdo Bate forte bate fraco Bate surdo mudo Bate por nada bate em vão Bate por tudo Bate pouco bate muito Bate por ti sobre tudo My heart beat strong Beat ping pong Beat beat beat weak Beat deaf and dumb Beat for nothing beat alone Beat and jump Beat little beat more In the middle of this dump Meine herz schlägt Stark schlägt tun tun tun Fein takt takt takt Hat einem grund Schlägt für dich Schlägt für sich Sein klang ist dumpf dumpf Macht takt takt takt In der nitte von der sumpf
Walter Franco - Coração Tranquilo (Clipe)
Mauricio Pereira - Os Amigos ou O Coração é Um Órgão
Frases de ( ou atribuídas a) Clarice Lispector
"Pois logo a mim, tão cheia de garras e sonhos, coubera arrancar de seu coração a flecha farpada. De chofre explicava-se para que eu nascera com mão dura, e para que eu nascera sem nojo da dor. Para que te servem essas unhas longas? Para te arranhar de morte e para arrancar os teus espinhos mortais, responde o lobo do homem. Para que te serve essa cruel boca de fome? Para te morder e para soprar a fim de que eu não te doa demais, meu amor, já que tenho que te doer, eu sou o lobo inevitável pois a vida me foi dada. Para que te servem essas mãos que ardem e prendem? Para ficarmos de mãos dadas, pois preciso tanto, tanto, tanto - uivaram os lobos e olharam intimidados as próprias garras antes de se aconchegarem um no outro para amar e dormir."
(Trecho do conto 'Os desastres de Sofia', in "Felicidade Clandestina)
"Ah, está se tornando difícil escrever. Porque sinto como ficarei de coração escuro ao constatar que, mesmo me agregando tão pouco à alegria, eu era de tal modo sedenta que um quase nada já me tornava uma menina feliz."
"Como se ela não tivesse suportado sentir o que sentira, desviou subitamente o rosto e olhou uma árvore. Seu coração não bateu no peito, o coração batia oco entre o estômago e os intestinos."
"Faz de conta que ela não estava chorando por dentro, pois agora, mansamente, embora de olhos secos, o coração estava molhado; ela saíra agora da voracidade de viver."
"Aceitar-me plenamente? É uma violentação de minha vida.
Cada mudança, cada projeto novo causa espanto:meu coração está espantado.
É por isso que toda minha palavra tem um coração onde circula sangue"
(Um sopro de vida)
Celso Blues Boy - Nuvens Negras Choram
Celso Blues Boy - As rosas não falam
Celso Blues Boy - Corações Perdidos
Joyce - Coração de Criança
Rita Lee - Coração Babão (Ao Vivo)
Rita Lee - Coração Em Crise
Dentro do meu coração... - Roberto DaMatta
“Somos sensíveis, amorosos, desagradáveis e instáveis porque (querendo ou não) temos um coração. Grande ou pequeno, generoso ou sovina, vaidoso ou humilde, duro ou mole. Quando ele para de bater é sinal de que o nosso corpo anoiteceu na profunda indiferença da morte.”
Ademais – continuou Demostenes, um amigo de infância que se recupera de um ataque cardíaco hospedado aqui em casa –, o coração é uma gaveta ou uma imensa caixa-forte guardadora de sentimentos, acontecimentos e pessoas. Sendo músculo e bomba, ele tem afinidade com os atletas e com os que jamais deixam de trabalhar. Mas, como os velhos automóveis, pode parar de funcionar.
– Olha, Roberto – continuou Demostenes com a serenidade de velho amigo –, enquanto a anestesia dopava a minha consciência, eu ouvia a minha alma e a equipe de médicos que futucava meu coração. Pensei no dentista e, surpreso, descobri que tratar de uma cárie era pior do que a viagem que os cirurgiões faziam no meu coração.
– Verdade? Ainda bem que não doeu nada – falei entre o descrente e o aliviado.
– De fato, Roberto, eles desvendaram o meu coração, desentupiram uma coronária e de quebra mapearam ventrículos e válvulas. Tudo vasculharam, mas nada souberam do lado negro de inveja ou dos rios entupidos pelo ressentimento e pela angústia. Uma verdadeira Amazônia que eu, em plena cirurgia, percorria invocando meus avós, pais, tios, amigos e irmãos; meus filhos e netos, meus trabalhos, amores e perdas. Os caras nem sequer tocaram no álbum de retrato dos mortos enterrados no meu peito. O ventrículo do erotismo, por exemplo, permaneceu virgem e a memória daquele beijo primeiro que o invadiu escapou ilesa da angioplastia. O mesmo ocorreu com o último ósculo dado no idoso um tanto atordoado pelas lúcidas recordações do coração, enquanto buliam no seu coração...
Curavam a veia, mas nada fizeram para sanar o coração como um bombeador de fantasias.
– Num dado momento, Roberto, tentei falar, mas a tristeza não deixou. Como era possível que o meu coração tivesse abandonado o coração que entesourava dores, perdas e gozos entre tantas preciosidades descarnadas que fazem a minha vida?
Ah! Amigo, o meu coração foi dividido com muita gente. Eu planejei meticulosamente, como faz um gângster de filme americano, entregá-lo para todo mundo. Meu coração jamais foi meu, sendo como é uma verdadeira casa da sogra. Um albergue aberto aos meus filhos, netos, amigos, alunos e viajantes.
Jamais cogitei de deixá-lo nas mãos firmes de cirurgiões e, sobretudo, de políticos – esses doutores em assassinar moralidades. Envolto, então, pelo torpor que me deixava pensar os extremos, eu juntava conscientemente o coração físico que vai morrer com o outro: o coração que guarda a minha vida e que – queira Deus – vai bater de quando em vez em outros corações até ser definitivamente esquecido.
– Quando num ecocardiograma – continuou Demostenes – o meu coração foi examinado, maravilhou-me descobrir que, na sua banal feição fisiológica, havia uma banda. O examinador buscava padrões, mas meus ouvidos musicais distinguiam um piano, um violino, um saxofone e pelo menos dois pandeiros.
– Roberto, o coração falava sua língua lida como patologia, mas para meus ouvidos era a prova daquilo que chamamos de “ritmo” e de harmonia. Uma música que vem do fundo de cada ser vivo e que, fora de seus algozes peitorais, inspira musicalidade.
– Mas, Demostenes, vem cá. Em nenhum momento você teve medo ou ficou angustiado?
– Não! Tivesse eu meus planos juvenis, com certeza. Mas em nenhum momento rezei para os deuses que eu tanto amo e respeito. Mas tive uma imensa saudade do meu velho coração, que vovó Emerentina dizia que podia cair porque estava pendurado por um fio...
– Hoje eu sei, meu querido amigo, que corações não caem. Eles sobem ou se enterram na lama insípida que produzem ao longo de vidas sem sentido. De existências ranzinzas sem beleza e sentimento. Idoso, é claro que penso na morte, mas, eu velho, a velha senhora como um grato epílogo de um livro ou de uma melodia de Jerome Kern. Estou seguro, porém, que vou sentir muita saudade...
PS: Demostenes e eu falamos muito. Conversamos toda a semana até que ele e sua esposa, a santa Glorinha, voltaram para o sítio onde moram. Tentei traduzir aqui sutilezas emocionais que um coração amigo exprimia. Imagine agora juntar as vozes de todos os corações. Que sinfonia de inexprimível beleza, amor e saudade elas iriam orquestrar. Não haveria nada mais sublime. Porque um coração cabe dentro do outro e do outro e do outro e do outro...
AÍ NO CORAÇÃO, música de Lucina e Aloísio Brandão
Roberta Sá - Insensatez
Raul Seixas - Coração noturno
O coração é uma bomba hidráulica aborrecida, não ama coisa
nenhuma – Ricardo Araújo Pereira
Um amigo escreve qualquer coisa sentimental no Facebook e apertamos o botão do coração. A mãe faz anos e compramos uma caixa de chocolates em forma de coração. Alguém se apaixona e recorta na casca de uma árvore um coração.
Ora, se não se importam, parece-me que o coração tem um prestígio totalmente injustificado. Sei que estou a pôr em causa toda a indústria de cartões de aniversário, mas nunca tive medo de dizer aos poderosos aquilo que eles não querem ouvir, e não é agora que vou começar.
O coração é uma bomba hidráulica, gente. Uma aborrecida,
burocrática, fabril bomba hidráulica. Suga sangue por um lado, esguicha sangue pelo outro. Não sente nada. Não ama coisa nenhuma. É um músculo.
Além do mais, é horrível. Tão feio que, para lhe melhorar a
imagem, alguém resolveu desenhar a versão estilizada que hoje conhecemos, e que
é em tudo igual ao traseiro de um babuíno. Notem bem: trata-se de um órgão tão
grotesco que assemelhá-lo ao traseiro de um babuíno foi um favor que lhe fizeram.
No entanto, o coração exerce sobre as pessoas um fascínio
incompreensível. Sobretudo em comparação com o cérebro, que tem muita má fama. O coração é puro, o cérebro é diabólico.
Às vezes, alguém diz “agora eu vou falar do coração”, como se fosse uma coisa boa. Respondo sempre: “Não, obrigado. Fala do cérebro, que prefiro”.
Falar do coração, normalmente, significa exprimir sentimentos inalterados pelo raciocínio. Ou seja, é dizer coisas sem pensar. É uma opção muito usada por quem deveria ter preparado um discurso, mas não se deu ao trabalho. Transforma a preguiça e a falta de consideração em honestidade e franqueza (uma operação bastante indecente que o coração sempre patrocina) e fala de improviso.
Eu desconfio demasiado dos meus sentimentos para os expor dessa maneira. De vez em quando sinto coisas que, pensando bem, são absurdas.
Mas é curioso que o coração nunca tem culpa. Há sempre alguém que descobre uma maneira de pôr a culpa dos sentimentos desagradáveis no cérebro. “Sim, ele disse isso, mas estava de cabeça quente.” O coração é sempre puro.
Lamento, mas comigo não contem para essa mistificação. E eu sei o que digo, porque são palavras que vêm do fundo do meu pâncreas.
Luiza Pannunzio
Coração e Cérebro - Adão Iturrusgarai
— Com colarinho, por favor.
— Pra mim, vodka com Coca-Cola — rebate o Cérebro.
— Sempre tomando essas coisas estranhas...
Coração toma um gole de chope.
— Como anda a vida, Cérebro?
— Levando. Agora tô gastando uma fortuna com psicanálise. Sabe como é: traumas, medicamentos, antidepressivos, drogas. Essas coisas arrasam comigo.
— Você continua igual, sempre reclamando... mas sou eu que sempre me fodo mais — diz o Coração, todo ressentido.
E segue o desabafo:
— Você acha que é o único prejudicado por traumas, medicamentos, drogas e tudo o mais? Eu me ferro também. E ainda tenho que ficar bombeando toda a porra do sangue. Não importa se estou ficando mais velho. Sou obrigado a trabalhar sem parar, dia e noite, faça chuva ou faça sol.
— Ah, você se acha mais importante, Coração? Se eu não existisse, não existiria consciência. Seríamos ocos. Carne sem pensamento, sem nenhum sentimento!
— Ra ra ra! E se eu paro de mandar sangue, o que acontece? Vamos todos pro saco, manezão! — protesta o Coração.
— Você não passa de um órgão supervalorizado, Coração. Por exemplo, sempre usaram sua imagem para ilustrar o amor. Só que amor não está dentro do coração. Está dentro de mim. Dentro do cérebro. Entendeu ou quer que eu desenhe?
— O seu negócio é simplificar tudo. O problema é que você é racional demais. Pensa demais. Te falta sentimento!
Entornando mais um gole de vodka com Coca-Cola, Cérebro continua a destilar seu discurso ao Coração.
— Você não passa de um órgão oco. A inteligência sou eu. Você é o peão do corpo humano.
— Pobre dos peões. Além de tudo, você é preconceituoso — diz o Coração, dando as costas para Cérebro enquanto vira o copo de chope de uma vez.
— Fazer o quê? Sou superior mesmo... Sou complexo. Tenho bilhões de neurônios ligados por conexões sinápticas, fibras protoplasmáticas — provoca o Cérebro.
— Não viaja, Cérebro. Para de beber vodka com Coca-Cola. Isso está arruinando o seu raciocínio. Mais um chope para mim, por favor?
— Um brinde. Trégua? Vamos esquecer nossas escaramuças — pede Cérebro enquanto levanta o copo.
— Agora sim! — diz o Coração também erguendo seu copo.
Os dois brindam.
Enquanto os dois copos se tocam, Fígado entra no bar, falando alto:
— Vocês não são de nada, não sabem de nada. O órgão mais importante sou eu. Se eu não existisse, ninguém poderia estar aqui enchendo a cara. Garçom, um uísque duplo sem gelo!
Os três brindam.
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